O aumento acelerado da crise hídrica em São Paulo tem tomado proporções desesperadoras e nos traz a tona a seguinte pergunta: o que irá acontecer se a água acabar?
Segundo especialistas, não há indícios de melhora nos próximos meses. Recentemente o governo já tomou todas as medidas que poderiam solucionar o problema em curto prazo e resta agora apenas uma alternativa: o rodízio de abastecimento. A SABESP está cogitando um revezamento rigoroso: apenas dois dias por semana com água. Em uma crise como essa, já é considerado como provável o fim dos nossos lençóis freáticos por conta da excessiva perfuração para poços e recomenda-se estocar água e comida em casa.
De acordo com Gabriela Yamaguchi, gerente do instituto Akatu, que desempenha um importante papel na área no consumo consciente, a crise não é tão passageira assim e não deve durar apenas em 2015 e provavelmente não teremos muitas chuvas conforme o necessário durante cerca de dois anos. Quando for utilizado todo o volume morto do Cantareira, diminuirão 30 metros cúbicos por segundo, volume esse que não pode ser recuperado em curto prazo. Caso a situação agrave a nível do previsto, a prioridade da pouca água restante será para hospitais, corpo de bombeiros, policiais e escolas. Outros estabelecimentos como empresas ou lojas poderão diminuir o horário de funcionamento e jornada de trabalho como mecanismo de economia da água. Para reverter uma situação é como essa é necessário grande envolvimento da população, do governo e dos setores industrial e de agronegócio.
Muitos estabelecimentos têm recorrido a perfuração de poços, mas é importante lembrar que método realizado erroneamente, ou seja, furando um poço muito próximo de outro, ele pode secar outros dois poços, além dos danos que eles trazem aos lençóis freáticos.
Atitudes simples do dia tem um grande papel em cenários como esse. A construção de cisternas para captação de água da chuva e o reuso da água que sai da máquina de lavar, por exemplo, são medidas que podem ser tomadas dentro do âmbito doméstico. É importante que a população tenha entendimento de algumas formas de estocar água, já que a SABESP prevê o início desse rigoroso rodízio dentro de dois meses.