O Governo do Estado de São Paulo tomará uma medida considerada de emergência, para suprir a demanda de consumo de água da capital e Grande São Paulo, que tem sido prejudicada pelas constantes quedas no nível do Sistema Cantareira, maior reservatório de água do estado. Segundo o Governo do Estado, uma transposição de águas do rio Paraíba do Sul, para o Sistema Cantareira, está em vias de acontecer.
No dia 18 de março (terça-feira), o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), foi até Brasília, tratar do assunto. Alckmin foi pedir autorização para captar águas originárias da bacia do rio federal. A expectativa geral é de que a Agência Nacional de Águas (ANA) autorize a ideia, que ajudaria a aumentar os níveis gerais do Sistema e, consequentemente, combateria a possibilidade de racionamento e falta de água na capital paulista e em algumas cidades da Grande São Paulo.
Pelo plano proposto pelo governo paulista, o Estado utilizaria as águas do rio, apenas, quando os níveis do reservatório registrassem número inferior a 35% (o que já acontece, atualmente). Para evitar qualquer desfalque na bacia federal e prejudicar os municípios que dele dependem, o governo paulista se compromete, também, a só utilizar o excesso de água que o rio Paraíba tiver. Hoje, essa reserva subutilizada vai para a geração de energia.
Assim como no rio Paraíba, o processo de capitalização de águas, para o Sistema Cantareira, também visa transpor recursos da represa Jaguati, localizada na cidade de Igaratá, que fica na microrregião de São José dos Campos, através de uma estação elevatória, que atenda o Cantareira.
Críticos da medida (em sua maioria, técnicos das cidades abastecidas pelo rio) afirmam que esse processo pode reduzir o número de água destinada para o Rio de Janeiro, bem como, para as cidades do Vale do Paraíba, que também recebem água da bacia.
A chuvas que caem sobre a cidade de São Paulo aumentaram, nos últimos dias, mas, ainda, não foram suficientes para aumentar o nível do Sistema Cantareira. Ontem, o Sistema registrou nível de 14,7%. Número que baixou em 0,20% o nível registrado na última terça-feira, dia 18, que era de 14,9%. O Sistema Cantareira abastece, atualmente, 8,8 milhões de pessoas, na Grande São Paulo.