Responsáveis pela medição e divulgação dos níveis diários do Sistema Cantareira, a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) e o comitê anticrise, liderado pela ANA, Agência Nacional de Águas, divergiram sobre os números do sistema, na medição divulgada, na última segunda-feira (19).
Para a Sabesp, o Cantareira se encontrava com 26,3 de toda sua capacidade, enquanto, na medição da ANA, o nível do sistema se elevava pouco acima dos 22%, mais exatamente, com 22,2% de sua capacidade.
A explicação para essa lacuna de mais de 4% se dá, supostamente, por uma diferença nas bases estabelecidas, para os cálculos, das duas empresas.
Enquanto a Sabesp, para calcular o volume do Cantareira, leva em consideração a mesma capacidade total que o Sistema possuí, desde sua inauguração (que seria de 982 bilhões de litros), a ANA calcula o nível atual, com base em uma estimativa de capacidade que leva em consideração o quanto o Sistema comporta quando munido pelos 182,5 bilhões de litros de água do volume morto que, há duas semanas, passaram a ser captados, para lá.
Essa escolha por métodos distintos levou, ao que tudo indica, à diferença nos números, do último dia 19.
A crise de abastecimento de água continua atingindo a região da Grande São Paulo. Nem a forte chuva que caiu sobre a cidade e arredores, no último domingo, conseguiu aliviar a situação, uma vez que não chegou à divisa com Minas Gerais, onde se encontram os rios que abastecem o Sistema.
Para remediar essa situação, além da utilização da água do volume morto, o Governo Paulista já adotou medidas, como oferecer bônus de 30%, para aqueles que economizarem, até, 20% de água, ou estabelecer multas, para os que excederem o limite de costume. Além disso, muitos moradores, principalmente, da Zona Norte da capital, afirmam que ficam sem água, durante a noite, e, alguns, durante o dia. Apesar das alegações, o Governo nega que esteja adotando tais práticas, assim como nega, por enquanto, o risco de racionamento.