Que os rios, represas e reservas de águas brasileiras sofrem com a poluição e o descarte incorreto de sujeiras e lixo, todos já sabem. Em São Paulo, o rio Tietê, por exemplo, é a síntese dessa imagem de rio poluído e judiado pelo descaso das autoridades e da população.
Agora, com a visível escassez de água que, justamente, acontece na capital paulista e arredores, traz, mais uma vez, a questão da poluição a tona.
Isso porque, em vias de ver o volume de água do Sistema Cantareira chegar ao nível zero – atualmente, está em 12,1% – o Governo de São Paulo já dá como certa a necessidade de aproveitar o chamado “volume morto” do reservatório, que contém a água encontrada no fundo das represas. O ônus desse processo é que, ao cogitar retirar essa água dos fundos das represas, aparecem poluentes depositados lá, ao longo dos anos, e que não são tratadas por sistemas convencionais, para o abastecimento.
A partir daí, quando se precisa usar um volume de água que não está preparado para o consumo da população, é preciso uma análise criteriosa e um tratamento adequado para que ela atenda aos padrões de qualidade exigidos.
Pesquisadores apontam que essa é uma tendência já esperada, uma vez que a medida que o nível dos reservatórios baixa, mais fácil fica de encontrar concentração de poluentes, neles, o que requer maior cuidado e atenção para o seu uso.